Homenagem
para o meu pai, a fígura que sempre vi como o legítimo
representante da classe da “justiça”. Era uma figura ímpar.
Muitas vezes como qualquer filho tive divergências com ele. Mas
amava-o e admirava-o profundamente. Em muitas e muitas ocasiões
ficava considerando como era enaltecido em seu meio e como as pessoas
tinham nele uma cega confiança. Dedicava-se com um carinho e
profissionalismo profundo a seus clientes. Suas atividades eram
demasiadamente dirigidas ao Direito. Para mim, ele sempre foi um
legítimo representante de uma “entidade superior.” Rosto de
traços marcantes e olhos profundamente azuis e penetrantes que
chegavam a esfriar o coração quando ele fitava com severidade mas
sabia derretê-lo nas horas de conforto e demonstrações de amor.
Gostava
de ir ficar no seu escritório onde recepcionava com alegria e um
sorriso animado, todos que ali entravam !
Aprendi
com ele que ser advogado era ser justo, ético e possuir um caráter
reto, indomável, consciente e sempre disposto a ouvir as razões que
se lhe apresentavam. Algumas vezes, a pedido meu, acompanhava-o ao
fórum, OAB, tribunal de Justiça onde se realizavam as audiências e
me fascinava como ele era BOM! Ali de longe, meu pai parecia um ser
“onipotente”
Na
minha casa, muita tarde já, de madrugada, quem chegasse até seu
quarto, o veria trabalhando e escrevendo. Sua profissão era exercida
com tanto amor que até nós, compreendíamos a vibração que
parecia emanar de sua figura já por si só imponente. Jamais
esquecerei quando era ainda uma criança e fui cassistir à sua posse
num cargo de presidente da Ordem dos Advogados de Rancharia e
ternamente escuto, totalmente sensibilizada, essas palavras que
refletem em meus ouvidos com estranha e clara precisão. Claro que
não as decorei, mas o som, a música de sua voz e a tradução de
suas frases perfeitas e elegantes sempre serão um eco embriagador.
Sobre
a humildade ele assim se manifestou:
“Ao
ingressar nesta tradicional instituição, na qual têm assento as
mais ilustres e representativas figuras da cultura jurídica
brasileira, imponho a mim o dever de consciência sobre a minha
pessoa, empenhando esforços para fugir a qualquer exagero de
valorização e a qualquer modéstia forçada”.
Mas
o conceito que formulo de humildade não é de caráter exterior,
obedecendo a movimentos de fora para dentro. Não. Humildade, para
mim, reduz-se ao conhecimento exato das nossas possibilidades, do que
somos dentro do mais puro realismo. A humildade que nega os méritos
do indivíduo traduz-se em orgulho, pois visa, antes e acima de tudo,
a provocar dos espectadores manifestações de discordância,
exarcerbando-se qualidades inexistentes.”
Poderia
ficar horas falando do seu brilhante espírito, inteligência e
retidão e contando passagens fascinantes de sua vida, mas desejo por
hoje em nome de meu pai homenagear o DIA DO ADVOGADO, os seus bravos
e lutadores componentes, a justiça do Brasil que ainda nos deixa
guardar um pouco de esperanças merecidas e ao mesmo tempo evocar a
figura do magnífico advogado Dr. Alberto Taveira que encheu minha
vida e a de meus irmãos de muitos ensinamentos e amor e que soube
com rara capacidade e dedicação elevar a imagem do verdadeiro
advogado.
Em
especial aos Advogados da família ! ♥
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